Corre pelas redes sociais a notícia dos alunos portugueses que, por mau comportamento, foram expulsos de um resort espanhol.
Devo dizer que, se bem que tenha pena que assim seja, esta expulsão não me espanta. E, não me espanta, porque há anos que vem sendo esta loucura nestas férias da Páscoa dos finalistas.
Levantam-se as vozes. Professores, como habitualmente, culpam os pais, que não dão educação aos meninos, porque a escola, no seu entender serve para ensinar línguas, matemática e outras matérias. Pais tentam sacudir a água do capote dizendo que a escola preocupa-se mais em preparar alunos para terem boas notas e estarem nos rankings do que formar cidadãos.
Acho, como mãe, como familiar de professores e como profissional que trabalha diariamente com meninos e adolescentes, que todos têm a sua culpa.
A escola que, por um lado, sobrecarrega os miúdos com trabalhos e mais trabalhos, que não tem tempo de cumprir programas e arranja aulas extra, não dando margem aos miúdos para correrem, gastarem as suas energias, e por outro lado,não tem opções como o yoga ou outras actividades equilibradoras da energia. A escola que tenta abafar, por vezes, algumas situações de bullying e outros comportamentos graves, não dando deles conhecimento aos encarregados de educação (falo no meu caso concreto, em que a minha filha esteve envolvida numa situação em que eu deveria ter sido avisada e não fui ou em que a minha outra filha passou a chegar a casa cheia de nódoas negras, queixando-se que lhe batiam e diziam que ela tinha germes, e, alertada a escola, nada foi feito).
Os pais que vivem numa correria, tentam manter os meninos o mais ocupados sem que os aborreçam e que acham tudo muito normal. Uma mãe minha conhecida, com uma filha da idade da minha mais velha, achou perfeitamente normal que a miúda tivesse um canal do youtube onde mostrava imagens dos colegas nos balneários, sem conhecimento destes. Disse-me "todos fazem estas coisas!"
Não sei o que o futuro me reserva, mas assumo, cá em casa há castigos, há uma palmada no rabo quando há desrespeito.
Gosto muito das minhas filhas, mas não sou a melhor amiga delas, no sentido de que não temos uma relação de pares, uma relação de igual para igual. Não vou cá em parentalidades positivas ou coachings. Muito amor e carinho sempre. Peço muitas vezes desculpa e não me sinto menos mãe por isso. Mas sempre com limites.
Curiosamente, sou a mais autoritária cá em e isso não as impede de me contarem todos os segredos, de ser a primeira a quem telefona a mais velha quando tem entregas de testes, ou quando precisam de alguma coisa.
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