Li hoje a notícia de que as mulheres vivem permanentemente cansadas em Portugal. Que, segundo pesquisas realizadas, são precisas mais 5 gerações de homens para que o trabalho doméstico, seja realizado por homens e mulheres em pé de completa igualdade.
Sim, é preciso mudar a mentalidade dos homens e, para isso, muito podemos contribuir enquanto pais de rapazes, enquanto educadores e professores ou com o exemplo.
Mas eu sinto que também é preciso, e muito, mudar a mentalidade das mulheres portuguesas.
Não só das mulheres em relação a outras mulheres (nos olhares e comentários de censura a quem não é uma boa dona de casa, se é que isso existe), mas, acima de tudo, das mulheres em relação a si mesmas.
Tive uma educação conservadora neste aspecto, embora mais aberta em muitos outros. Mantenho-me conservadora em muitos aspectos da minha vida diária, mas este é um daqueles em que me sinto completamente evoluída, à minha custa. Deixei de sentir culpa por não arrumar ou limpar o que outros sujam ou desarrumam. Todos temos um papel cá em casa e cada um tem de fazer o que lhe compete. Se não faz, não substituo ninguém, a não ser em casos específicos de doença, muito estudo ou coisa do género.
Já fui daquelas furiosas que não podiam ver uma coisa fora do sítio que tinha de parar tudo para arrumar. Já não sou. Quem desarrumou que arrume. A obrigação de limpar e no que às tarefas que as Minis também podem fazer é igual.
Não me sinto minimamente menos boa esposa por ir fazer as caminhadas que tanto gosto e deixar o resto da família em casa, quando não me quer acompanhar, a aspirar ou a arrumar a louça.
Temos pena. Mas as obrigações são iguais e não me fazem nenhum favor.
Há coisas que tenho de ser eu a orientar. Mas o facto de necessitarem de ajuda não é desculpa para não fazerem.
Read More