Mães mais honestas ou mais totós?

1 de outubro de 2019

Comecei a andar pela blogosfera quando andava a tentar engravidar pela primeira vez, apenas como leitora.
Acompanhei imensas gravidezes, nascimentos e alguns crescimentos,  de pessoas de quem nem o verdadeiro nome sei...mas, que interessa?
Quando comecei por aqui a andar, além de partilhar com algumas pessoas os sentimentos de frustração provocados pela infertilidade, via aumentar em mim o desejo de rapidamente ser mãe para viver esses momentos tão maravilhosos, tão imaculados e sem defeito ou percalços que via descritos em imensos blogues, acompanhados de fotografias de mães e bebés mais ou menos sorridentes, mas sempre numa descrição da maternidade numa fase inicial como algo absolutamente idílico.
Claro, quando nasceu a Margarida, a minha filha tão desesperadamente desejada, foi como se me tivessem dado um murro no estômago.
Afinal, não era nada idílico. Afinal o amor incondicional que sentia por ela, não impedia o desespero provocado por hormonas descontroladas conjugadas com o caos das noites sem dormir porque tinha de a acordar para amamentar. Afinal, eu não conseguia conciliar tudo nem com um bocadinho de esforço, e, pasme-se, eu que antes de ela nascer andei a organizar as coisas para receber quem me viesse visitar, fiz questão de avisar aos conhecidos e amigos, mal cheguei a casa, que visitas estavam proibidas até eu dizer que eram permitidas.
Obviamente que ao fim dos dois primeiros meses tudo se encaixou, e entrei na rotina. Mas não, não foi maravilhoso e de sonho o início da maternidade.
O que eu noto, quase 14 anos volvidos, é uma maior honestidade ou, se calhar, o nascimento de mais mães atrapalhadas e desorientadas como eu fui na minha primeira viagem.
Tenho lido relatos de mães de primeira viagem, que podiam ter sido feitos por mim, na altura. Revejo-me perfeitamente e penso: porque é que não foste mãe a quando a mim??? 
Assim não me tinha sentido uma verdadeira extraterrestre. é que ninguém me preparou para o quão difícil é o primeiro mês com um recém nascido em casa!


8 comentários

  1. Mas não foi sempre assim? Os nascimentos sem choros constantes com cólicas, "a minha avó chamava-lhe as dores tortas", em que os bebés comem e dormem e os pais nem dão por eles, são os dos romances cor de rosa.
    Abraço e um mês de Outubro com saúde e alegria

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  2. É o que dá não trazer livro de instruções. Mas sim, os primeiros meses são horríveis a nível de descanso e outras coisas!! :)

    Beijos. Boa noite.

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  3. Acho que depende também imenso do bebé e de ti, do parto, de como corre a amamentação. Eu já dormia mal, ela não acordava para mamar então durante uns dias de dia era a cada 3h e de noite a cada 4h e ficou-lhe no sistema. Para mim foi relativamente fácil mas não é fácil e sempre fantástico. Ainda hoje, ela com 2 anos tem dias que só me apetece que se cale um bocadinho para eu respirar.
    Sim acho que estamos mais honestos mas também há pessoas que entram com uma ideia muito irrealista da maternidade, felizmente vi amigas serem mães antes de mim que foram muito honestas em relação ao que esperar. Já a gravidez achei que ia adorar e nem por isso, não deteste mas não adorei, não acho que seja estado de graça algum apesar de achar fantástico o que se consegue fazer no útero!

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  4. Os primeiros tempos não são fáceis, mas depois vale tudo a pena 😊

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  5. Nada nos prepara para os primeiros tempos com um primeiro filho nos braços! E os desafios, esses, são para toda a vida! É a missão mais difícil da minha vida. Muito compensadora, sim, mas muito intensa em todas as suas dimensões! Voltei aos meus textos no blog...

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  6. Como avó de há 2 dias, estou a viver o desespero da minha nora que também fantasiou a gravidez e o nascimento do primeiro filho.
    Estou a ajudar mas custa lhe a aceitar ajuda, sente que é incompetência dela.
    É preciso ser aberto e aceitar que quem tenta ajudar, sabe as dificuldades dos primeiros dias.A minha sogra foi 100% !

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  7. Eu acho que se passou de um extremo para o outro. Se antes se romantizava a maternidade, agora é o bicho papão. Eu tenho dois com 10 anos de diferença. São crianças mt diferentes e também as gravidezes o foram. No primeiro vivia com os meus pais, tive todo um outro apoio também. E tinha obviamente menos 10 anos no corpitxo. Mas ainda assim, vamos ter calma com os exageros...

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  8. Olá! A ideia idílica de uma gravidez e maternidade em que tudo é lindo e maravilhoso, é tão, mas tão falsa!!
    Pode eventualmente haver dias calmos (que existem) mas existem muitos em que os cabelos estão em pé, em que choramos e até mordemos os lábios tal é o desespero em que estamos.!
    Eu vivi isso com o nascimento da minha filha mais nova...
    Mas pronto... tudo passa!!

    Beijinhos.
    Sandra C.
    bluestrass.blogspot.com

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