Eu não..

Muito se tem falado em problemas de ansiedade e insónias como consequências deste período de confinamento obrigatório.
Pelas redes sociais vejo muitas mães queixarem-se de que estão cansadas de aturar os filhos e do ensino à distância.
No meu caso as coisas não são bem assim... mas talvez seja uma forma de também reagir a esta mudança repentina.
Estou como que aparvalhada e recuso-me a entrar em teorias de conspiração quanto à origem da pandemia e a estar a vigiar, ao minuto, a sua evolução. Vejo uma vez por dia os dados oficiais, mas deixei de esperar ansiosamente pelo meio dia para entrar vezes sem fim no site da DGS. Durmo lindamente e quando durmo pior a causa são os roncos do meu marido.
Não acho que o ensino à distância (ambas as escolas das Minis fizeram um horário de aulas por vídeoconferência e mandam imensos trabalhos) seja uma coisa, de facto, eficaz, pela dispersão dos miúdos e pela falta de disciplina nos horários para as tarefas diárias que se pode exigir neste estado de coisas, mas também não estou cansada de estar com elas. Temos as nossas discussões (não esquecer que tenho duas adolescentes em casa), mas tenho descoberto coisas sobre elas e elas sobre mim (certamente), que talvez em outras circunstâncias não o tivesse.
Mas tenho saudades de dar abraços...e tenho muitas saudades de trabalhar com a minha equipa. Hoje (sim hoje, feriado e sábado) tive de ir ao meu gabinete buscar uns elementos que não consigo pelo sistema informática (ele ainda não faz teletransporte) e senti saudades de ali estar com o movimento habitual.
Só as minhas orquídeas e demais plantas e flores é que parecem não ter sentido a minha falta...de lindas que estavam!