Da busca da felicidade

25 de maio de 2024

 Ontem, numa conversa de café na mesa ao lado, ouvi um jovem dizer a uma senhora para sair de uma determinada relação (penso que amorosa). Que aquela relação não a fazia feliz.. Que eram pessoas muito diferentes.

Não sei que tipo de relação a senhora tem com um outro senhor ou senhora, mas, dei por mim a questionar-me sobre aquilo que é para cada um a felicidade e sobre o direito que temos de opinar sobre a forma como cada um escolhe viver a sua vida.
Claro está, que exceptuando os casos de violência (física ou psicológica) ou em que haja crianças em sofrimento, em que defendo acerrimamente uma intervenção activa até mesmo junto das competentes entidades, concluo que não sei o que é essa coisa de que todos falam e que todos procuram: a felicidade.
Para mim, num dia, a felicidade é poder sentar-me numa esplanada a conversar com uma pessoa nem que seja a dizer disparates. Noutro dia pode ser a queijada de Sintra que o meu marido me trouxe e, em outro ainda, olhar o pássaro que pousa no beiral da janela e me distrai do monitor. Pode ser o pedido de desculpas que consigo verbalizar depois de inadvertidamente, ou não, ter magoado outra pessoa, ou ouvir esse mesmo pedido de desculpas se a pessoa magoada fui eu.
Creio que sabemos muito pouco daquilo que é a tão falada felicidade. Muito pouco do que é a nossa. Muito menos ou quase nada do que é a felicidade alheia.
Para mim, a felicidade está na ternura de coisa infímas...invisíveis para muitos e, às vezes, até para mim.
Como disse o Sigmund Freud, a felicidade é um problema individual. Cada um deve procurar a felicidade por si em cada momento. Em matéria de felicidade, nenhum conselho é valido.
 

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Mal-entendidos.

17 de setembro de 2023

 Nada mais complicado do que uma má interpretação de palavras, de atitudes ou silêncios. Tanto que se pode viver e fica pelo caminho. Nada como a pergunta directa, expressa e muita paciência.

Uma pergunta directa, cara a cara, evita muitos sofrimentos.

Pode evitar uma partida quando não era para fugir ou pode evitar uma permanência indesejada. Pior que uma certeza dolorosa é uma dúvida dilacerante.

Adoro poesia, mas a literalidade pode ser essencial. A vida não é uma figura de estilo. É uma realidade.

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Uma honra imensa!!!

2 de agosto de 2023

 Uma honra imensa de fazer parte desta igreja que Francisco quer construir!!!

 Uma igreja onde TODOS, TODOS, TODOS, pertencem. 

Sem proselitismo e com humildade. 

Uma igreja que olha para dentro e reconhece que os caminhos a seguir têm de ser novos. 

Porque TODOS, TODOS, TODOS fazem parte.





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Meio século!

4 de julho de 2023

 Há muito que por aqui não escrevia.

Pensei mesmo, nestes tempos, acabar com o blogue. 

Não sei se alguém me lê ainda ou não, porque, como diz o ditado, quem muito se ausenta, numa hora deixa de fazer falta.

Mas, hoje senti o ímpeto de vir.

Passam 2 dias desde que completei 50 anos. Um número redondinho. Meio século.

Festejei, festejei muito e vou continuar a festejar, porque a vida é feita de altos e baixos e se os 48  e metade dos 49 foram duros, a vida mostrou-me outras vez o porquê de ser uma coisa tão extraordinária.

E como acredito que tudo tem uma razão de ser, bati de frente com este texto no dia 2, à noite, no rescaldo dos festejos, e dei por mim com a certeza que o coelho branco me ama.

A idade tem destas coisas.

"Amas-me? Perguntou Alice.
Não, não te amo! Respondeu o Coelho Branco.
Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida.
Vês? Retorquiu o Coelho Branco.
Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco.
Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te.
Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos.
Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu Coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão.
A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até aprenderes a amar-te a ti mesma!"
Lewis Carrol in "Alice no país das maravilhas".



Obrigada pela companhia que me têm feito. Mesmo quando estou em silêncio.
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