Direito de resposta...

6 de março de 2017

Sou filha, afilhada, comadre e sobrinha de professores. Em pequena, sempre disse que queria ser educadora de infância, embora tivesse optado por outra área quando cresci. Admiro imenso e respeito todas as profissões ligadas ao ensino.
Mas, porque estou cansada de ver os professores reclamar, indiscriminadamente,  a erguerem como estandarte o não terem obrigação de serem educadores mas, tão só e apenas, de ensinarem matérias, permito-me responder:
Queridos professores,subscrevo na íntegra a vossa posição. Mas, se nos pedem para vos deixar única e exclusivamente a tarefa de ensinar matérias, permitam que vos peça: por favor deixem-nos tempo para educar os nossos filhos a serem cidadãos, a serem seres humanos com valores. Não os "encharquem" de trabalhos de casa, nem nos peçam para fazer em casa o vosso papel, de lhes ensinar aquilo que vocês, porque vos impõem, por falta de preparação ou de vocação, não lhes conseguem ensinar no tempo lectivo no âmbito da história, geografia, matemática e afins. Se querem excluir-se da função de educadores (com o que concordo plenamente) não nos coloquem na posição de professores. Aceito que o papel de educar as minhas filhas é meu e do pai. Mas o papel de as ensinar álgebra, estudo do meio, geografia, inglês e afins é vosso.  Estou cansada de não poder ir com elas brincar no parque depois de estarem horas e horas na escola porque há contas e mais contas para fazer, textos para copiar e manualidades para construir.


20 comentários

  1. Concordo em pleno contigo.
    Já lá vão os tempos de escola e quando olho para trás não vejo nada de positivo nas horas que passei a fazer trabalhos de casa.

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  2. Muito, muito bem visto! Os miúdos são tão sobrecarregados com trabalhos de casa, coitados dos pais com menos estudos ou com menos tempo que não conseguem acompanhar os filhos.

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  3. Mariazinha...
    A digo a tua opinião é temos de pensar que nem todos os pais têm capacidade para ensinar.baceito os TPC mas nunca para oprimir os pais.
    Kis :=}

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  4. Continuamos a não dar tempo às crianças para serem crianças

    Beijinhos*

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  5. Subscrevo todas as tuas palavras. Não sou mãe, mas lido com crianças e é horrível a quantidade de trabalhos que por vezes trazem para casa. Pior ainda é quando eles são motivo de discussão em casa. Há pais que não conseguem ajudar os filhos com os TPC, o que acaba por gerar conflitos... E isso é do pior.
    Beijinhos

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  6. O meu tempo já tinha passado! Voltei atrás. Depois de ter lido o teu texto, não podia estar mais de acordo! É um exagero, ainda por cima, existem coisas como contas que, já não se fazem da mesma maneiro do nosso tempo. Das 8:30H até às 17:30 já chega.

    O meu aplauso para este texto.

    Beijinhos

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  7. Por acaso não tenho queixas das escolas onde as minhas filhas estudam.
    Pago uma fortuna mas acho que vale a pena.

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  8. Hoje em dias as crianças andam stressada... levantam-se para escola e vão para a cama a pensar na escola. Eu pergunto-me se os casos crescentes de hiperativismo, falta de atenção e ansiedade são uma coincidência. Existem pais que também não têm tempo para gastar com os filhos, levá-los ao parque para conviver com outras crianças e a outros sítios. O que é mais fácil neste caso? Dar-lhes um smartphone, um tablet ou ligar a tv esquecendo que o ser humano tem de conviver com os outros e não ficar isolado da sociedade.
    Agora são apenas crianças, mas no futuro vão ser adultos que vão continuar a pagar o preço de tudo o que aconteceu no passado.

    “Estamos a criar crianças totós, de uma imaturidade inacreditável”
    "Como é que queremos que as nossas crianças sejam empreendedoras se estamos a retirar-lhes todas as possibilidades de elas aprenderem a fazer isso? A construção de uma cultura empreendedora faz-se quando se dão possibilidades para que a criança possa brincar. Se nós retiramos aquilo que é a identidade da criança, que é brincar de forma livre, com um nível de margem de risco muito superior àquela que os adultos têm, elas com certeza que não vão ter condições de serem verdadeiramente autónomas."
    Quem disse isto foi o professor da minha faculdade, Carlos Neto. Tem todo o meu apoio.

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  9. Fui professora ... mãe (como diziam os inspetores) ... educadora ... amiga
    ... e assino por baixo!!! Bj

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  10. partilho da tua opinião.contudo parece-me quase impossível os Professores colocarem-se de uma posição de não educadores.
    Sobre isso não concordo plenamente.
    Gostaria de deixar aqui uma sugestão de leitura aos pais e professores.
    " A nova educação" - professor César Bona.

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    1. Há uma certa "ironia" nessa minha afirmação. ´Beijocas-

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  11. Não podia concordar mais com o que escreveste!

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