Não tenho paciência!

7 de outubro de 2017

Começo por referir, como já aqui escrevi, que não tenho qualquer problema em dar ás minhas filhas qualquer coisa, seja brinquedo ou outro objecto, conotado tipicamente como de rapaz.
Na verdade, a Mini mais nova, ligada muito a engenhocas, aí por volta dos quatro anos tinha uma tara por ferramentas, à qual nunca nos opusemos. Da mesma forma que quando quis uma Barbie ou um Nenuco, quando tivemos possibilidade compramos. A Mini mais velha, com aquela mesma idade, recusava-se a usar pijamas, porque as princesas dormiam de camisa de noite. Hoje não as pode ver, assim como só usa calças. Nunca nos opusemos a nada.
Agora o que penso é que, para defendermos a igualdade de género não precisamos de "assexuar" as coisas, sejam elas brinquedos, acessórios ou roupas. Penso que a questão está na livre opção de cada uma das nossas crianças e não em criar objectos absolutamente neutros. Porque, na minha forma de estar e de ver, os homens e as mulheres, de uma forma geral, não são iguais. Merecem, sim, ser tratados de forma absolutamente igual naquilo em que são iguais: na sua humanidade, na sua inteligência, na sua capacidade de trabalho e de decisão e na sua liberdade de escolha.
Daí que não ache uma coisa fantástica e maravilhosa a criação de uma colecção (marca de roupa) de vestuário de criança que é absolutamente neutra nos seus desenhos, nas suas cores, na forma de vestir. Não acho mal, nomeadamente de uma perspectiva económica, para os pais que têm filhos de ambos o sexos. Apenas não acho que seja um feito extraordinário, um exemplo que todas as marcas de roupa devam seguir. 
Para mim, haverá sempre coisas tendencialmente femininas e coisas tendencialmente masculinas.  As Coisa diferente é achar que umas coisas e outras só podem ser usadas pelo respectivo sexo. Isso sim, acho mal. Não tenho paciência para estar modernices do politicamente correcto.


7 comentários

  1. Acho que é importante frisar que não deve proibir-se os meninos de brincar com bonecas, nem as meninas de brincar com carros. Sim, há um exagero, por vezes, mas... talvez se deva ao facto de continuar a existir muito preconceito.

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    1. Não acho que exista preconceito, o que há hoje é muito tempo livre e espaço publico para discutir o que tão pouco importa, quando há tanto mais importante e mais grave para discutir! Meninos gostam de coisas ditas de menino e meninas de coisas ditas de meninas, quando gostam de coisas que atribuimos socialmente ao sexo oposto, cabe aos pais decidir da-las ou não. Cada familia sabe de si e ninguém te o direito de interferir na gestão de cada maternidade. Não é verdade que as meninas ou os meninos saiam penalizados por serem meninas ou meninos, ou por terem brincado com bonecas ou carrinhos. Cabe aos pais e à sociedade darem acesso cultural e educacional aos filhos, depois o que eles decidem fazer é com eles. E não me parece que hoje em dia se tratem meninos e meninas de formas distintas. Haja paciencia para discutir nada com tanto verdadeiramente mais importante mas que interessa pouco discutir. Enfim...

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  2. Queremos igualdade, mas continuamos a existir nos rótulos. E seguir por um caminho desses, é reduzir homens e mulheres ao mesmo, quando há tanta coisa que os diferencia. Como tu disseste, «Merecem, sim, ser tratados de forma absolutamente igual naquilo em que são iguais: na sua humanidade, na sua inteligência, na sua capacidade de trabalho e de decisão e na sua liberdade de escolha», mas isso não quer dizer que agora seja tudo neutro. Também não tenho paciência para esta moda do politicamente correto

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  3. O texto é de fato , muito pontual, não será o lançamento de roupas neutras , que as pessoas deixarão de fazer diferenças. Acho que ensinar como é feio o preconceito, e a liberdade de escolher o que se quer ser ou não. Isto de politicamente correto, é uma chatice sem fim.
    òtimo texto, adorei., seus ensinamentos para com seus filhos está no caminho certo.
    Beijos e uma semana incrível!
    DMulheresInstagramFanpage

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  4. Felizmente as mentalidades já começam a estar mais abertas mas ainda há muito caminho para percorrer. Se uma criança crescer sem repressões será um adulto mais livre, ponderado, respeitador. Criar rótulos e preconceitos só prejudica a sociedade.

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  5. Concordo com a questão da roupa a 100%. O corpo de uma rapariga e de um rapaz são diferentes por exemplo.
    No entanto quanto aos brinquedos a sociedade (por meio de panfletos e anúncios por exemplo) tem um grande efeito no que eles decidem que querem, excepto quando são muito pequenos e brincam com o que houver. Por exemplo não vês raparigas nos anúncios dos carros hot wheels nem rapazes nos anúncios do nenuco...

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  6. Pessoalmente, acho a coleção bem gira e acho excelente que haja gamas unisexo. Isso não quer dizer que não adore comprar vestidos muito tipicamente femininos para a minha filha.
    Haja equilíbrio, é só isso que se pede!

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