Todos lamentam o menino, todos os pensamentos da terra e até do país estão com ele. Não ponho em causa a necessidade de tal preocupação e de todo o acompanhamento.
Mas, confesso que a mim é o velhote que mais me causa tristeza.
O menino terá o Estado a zelar por ele, terá (infelizmente por este motivo), muitos técnicos que ajudarão e, acima de tudo, terá uma vida pela frente podendo fazer dela o que quiser dentro do possível.
O velhote não terá os apoios do menino e, sobretudo, não terá um futuro para tentar amainar a mágoa e a vergonha, não terá um futuro que lhe permita tirar o nó da garganta.
Só quem tem filhos consegue perceber que as facadas dos nossos filhos matam mais que as traições dos nossos pais (pelo menos eu sinto assim)
Totalmente de acordo contigo! Embora, infelizmente, cedo fiquei sem Pais e Sogros. Mas tenho muita pena dos idosos. Aliás, já ando a ficar com pena de um dia poder deixar os meus filhos e os netos. Atormenta-me! :(
ResponderEliminarAlienados Desejos... [Poetizando e Encantando]
Beijos - Boa noite!
Um texto muito pertinente uma realidade dolorosa,
ResponderEliminarAbraço e boa semana
É devastador perceber que o tempo avança, mas que os serviços de apoio a idosos continuam tão deficitários
ResponderEliminarMuito verdade infelizmente!!
ResponderEliminarUma pessoa sofre por quem nem conhece. Poça.
ResponderEliminarNão sei de que se trata.
ResponderEliminarMas se é do abandono dos mais velhos só tenho uma palavra - REVOLTA!
Mau...
ResponderEliminarCheguei a Portugal mais ou menos nesta altura pelo que desconheço o tema a que se refere, e sem intro fica difícil. Menino e idoso...
Porém concordo com a sua última afirmação. Sem poder dizê-lo por experiência própria posso dizer que é a impressão que tenho, por ter visto no rosto do meu avô a decepção ao descobrir, numa ocasião, que toda a família lhe havia mentido e enganado - todos os filhos lhe ocultaram uma realidade para a qual ele tinha o direito de dar a sua opinião e ter a decisão com mais peso. Eu VI esse sentimento. E lamentei que, indirectamente, por omissão e silêncio, mesmo censurando e não concordando com a decisão tomada pela maioria, por omissão permiti que meu avô fosse enganado e nada lhe disse. Inconscientemente evitava estar com ele porque esse segredo que só eu sabia estava entre nós. E não gostando de o enganar e não concordando com que fosse enganado, sem sermos diretamente responsáveis acabamos metidos numa mentira. Se não concordamos com ela - e eu não concordava, devia eu ter contado? Talvez devesse. Vê-lo a ser enganado revoltava-me as entranhas, mas não queria intervir já que eu era parte passiva e observadora da decisão dos filhos.
Mas eu VI e sei o quanto, no final da sua vida, isso lhe doeu mais que se tivesse sofrido uma navalhada.