Imaturidade? Inconsequência?

6 de março de 2018

Durante o tempo que tenho trabalhado na área da resolução dos problemas das crianças e das famlias tenho-me dado conta de uma realidade da qual não tinha, até então, completa noção e que me causa alguma tristeza. Não é que não tivesse a ideia de que muitos casais têm filhos "por dá cá aquela palha", não imaginava era que fossem tantos e com tanta frequência.
São inúmeras as mulheres que, na casa dos 25/30 anos, têm já filhos de 3 relações. Dá-me a ideia que "amam" intensamente com a mesma rapidez com que deixam de amar, mas que enquanto estão na fase do "amor" intenso, têm que ter umas marca desse amor e, vai daí toca a pôr uma criança no mundo.
 De início, quando me apareciam mães com estas idades eu imaginava que não tinham tomado precauções...mas na verdade elas não tomaram  foi sensatez. Na verdade, estas crianças acabam sempre por ter alguns problemas afectivos e consequentemente comportamentais, já que não há miúdo que resista a constantes mudanças figuras adultas na casa com quem vivem, mudanças de casa, escola e de realidades.
Não me causa qualquer confusão quando uma pessoa tem um relação estável, tem um filho. A relação não dá certo e alguns anos depois, decide ter outro de outra relação estável. Acho absolutamente normal, mesmo que depois voltem novamente a fazê-lo no quadro de outra relação duradoura.
O que me faz confusão é a quantidade de pessoas que no espaço de um ano, um ano e pouco, se apaixonam, vão viver juntas, têm um filho, se separam (muitas vezes porque ter um filho é um elemento que traz felicidade mas também desestabilizador) e que ainda o bebé não tem um ano ou pouco mais que isso, já estão a viver com outra pessoa com quem também em menos de nada têm outro filho e assim sucessivamente.
É que uma coisa é os adultos darem aso às suas  intensidades amorosas que se desvanecem rapidamente e levarem com as consequências. Outra coisa é terem filhos como quem vai ali e já vem e quererem que seres tão pequeninos se adaptem sem quaisquer sequelas à montanha russa em que transformam as vidas deles. Por favor adultos férteis, antes de procriar testem a resistência das vossas relações.



15 comentários

  1. Boa noite!

    Apesar da minha ignorância, isso, também me faz muita confusão. A conclusão é que, são as crianças que sofrem.

    [ Quanto à minha criança, desde Outubro/Novembro, que não tem noticias da...] O que foi um sossego... Quanto à pensão de alimentos, agora é-lhe sacado do ordenado. A empresa transfere para a minha conta. Isto porque dei corda aos sapatos com o meu Advogado. Se ela foi chamada, não sei... Nem no Natal...Entendes?

    Beijinhos. Boa noite.

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  2. Ter um filho não é a mesma coisa que se comprar uma camisola e depois não a usarmos porque, afinal, não gostamos assim tanto dela. É preciso pensar no passo que se está a dar. Perceber se há condições, quer emocionais, quer financeiras para isso; perceber se é uma vontade do casal e se a relação é, de facto, estável o suficiente para isso. Claro que, infelizmente, há relações que acabam por não durar a vida toda, mas é fácil perceber se aquele compromisso é meramente passageiro ou se há intenções de o manter.
    No fundo, acho que tem que haver um maior cuidado, uma maior consciência. Porque, no fim, quem acaba por sofrer é quem menos culpa tem: as crianças!

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  3. Ter um filho é a maior responsabilidade das nossas vidas.
    Quem não estiver consciente disto use contraceptivos.
    Tenho duas filhas, muito desejadas, muito amadas, que são o centro do meu mundo.

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  4. Por isso digo muitas vezes que quem está a ter filhos é quem não devia! E tanta boa gente por aí, com relações estáveis e duradouras, a querer ter filhos e não conseguir!
    O mundo não é justo para ninguém e para as crianças muito menos!

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  5. Precisamente são pessoas que tão depressa amam intensamente como se separam com a mesma intensidade. Acabam por ser pessoas instáveis.
    Sinceramente só tenho pena das crianças que nascem e nem sabem na carga de trabalhos que estão metidos!
    https://jusajublog.blogspot.pt/

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  6. Concordo contigo, imagino que deve haver um pouco de "transtorno" para essas crianças, que andam sempre a saltitar de um lado para o outro. Mas a realidade é que há pessoas mesmo assim e outras que têm os filhos e depois nem sequer lhes ligam.

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  7. Olá,

    eu sou dessas pessoas, mas tenho 40 anos. Vou no 3º casamento. 1 filho do 1º, 2 do 2º.
    Mas posso garantir-vos que os meus filhos são do mais normal que existe, e eu tenho umas relação muito cordial e civilizada com os meus ex.

    Só vim comentar para dar uma experiência diferente.

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  8. Concordo totalmente contigo! Ter um filho é uma grande responsabilidade, mas há pessoas que parece que não sabem isso... Só tenho pena dessas crianças!

    amarcadamarta.blogspot.pt

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  9. Às vezes parecem que tem os filhos por ter, sem consciência do que é necessário para os educar e criar. Se é o primeiro sempre pode aparecer a desculpa que foi um descuido, não sabia...agora quando são mais acho que é mesmo despreocupação com os bebés que trazem ao mundo.

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  10. Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo. Amei seu blog! Já estou te seguindo! Tenha um dia glorioso!!!

    Meu blog: https://claudiaforte.blogspot.com.br/

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  11. Imagino a cabecinhas dessas crianças, todas mesmo.
    É só meios-irmãos por todo o lado

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  12. E são as crianças que acabam por sofrer com coisas que não têm culpa. Beijinhos*

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  13. "estas crianças acabam sempre por ter alguns problemas afectivos e consequentemente comportamentais"
    Ora aqui é que está o busilis da questão, que tamanha imaturidade não dá para avaliar nesta altura das suas vidas ! :((

    Ainda há dias li um artº sobre a (idade da) adolescência na mulher que se estima ... até aos 24 anos !!! ... O problema é que ainda haverá uma "pós-adolescência" que poderá ir até aos 30 !!! :(((

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  14. Nos dias da nossa contemporaneidade, todos vivemos apressados e a um ritmo alucinante. Esse é apenas mais um sinal dessa pressa com que todos vivemos. Herança da era digital onde tudo acontece à velocidade de um clic.

    Excelente post.
    Um abraço Maria.

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  15. Confesso que me faz alguma confusão. Não ter filhos de casamentos diferentes, é como dizes:

    "Não me causa qualquer confusão quando uma pessoa tem um relação estável, tem um filho. A relação não dá certo e alguns anos depois, decide ter outro de outra relação estável. Acho absolutamente normal, mesmo que depois voltem novamente a fazê-lo no quadro de outra relação duradoura."

    Isto é o normal no ciclo da vida. Mas precipitações... são desnecessárias num adulto, há que pensar bem primeiro nas coisas.

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