Olha que boa ideia! (Falo a sério)

23 de novembro de 2018

Sempre me fez confusão esta coisa de as pessoas fazerem os funerais e os corpos serem enterrados e ficarem a apodrecer no cemitério. Desde que me lembro de ter consciência de algumas coisas que digo que quero ser cremada e as minhas cinzas espalhadas pelo mar (mas ao que parece é proibido atirar as cinzar ao mar, sendo necessária uma autorização especial).
Mas hoje li uma notícia que me fez pensar. Li algures que a doação de corpos para a ciência (para estudo nas faculdades de medicina) aumentou em mais de 200% em dois anos. E, vai daí, pensei que, para além de ser dadora de órgãos, posso perfeitamente ser útil, mesmo depois de morta. Não me faz absolutamente impressão nenhuma a ideia de o meu corpo servir para estudo. Vou pensar no assunto.
Bem sei que haverá alguém por aí a franzir o sobrolho e a pensar "Que tontice, que horror!" Pois eu até acho uma boa ideia.


23 comentários

  1. Por acaso também é uma ideia que não me incomoda nada!
    https://jusajublog.blogspot.com/

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  2. Sinceramente não gosto da cremação. Mas que sirvamos para estudos, sim não me faz nenhuma impressão. Abraço e bom fim-de-semana

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  3. Penso exactamente a mesma coisa, não me importava mesmo nada de doar o meu corpo à ciência do que ficar aí numa campa esquecida que vão desenterrar outra vez passado uns anos de qualquer modo, porque não cabemos todos xD

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  4. Não digo que seja uma tontice. Aliás acho algo bastante digno. Sobre doação de orgão completamente a favor e ficaria feliz se podesse ser útil dessa forma, mas o corpo todo e ter alguém a escortejar-me toda, isso já me deixa com impressão.

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  5. Amiga, concordo com tudo o que disseste, ou escreveste! A Minha Mãe morreu de repente com 53 anos, e os órgãos dela foram retirados (roubados, uma forma de falar) porque a lei tinha saído 15 dias antes, que podiam retirar sem o consentimento da família, e não tenho nada a comprovar o contrário. Fizeram-no. Contra isso nada! Até porque, na altura, um irmão Dela, fazia Diálise e esperava um rim, ora Ela, foi a salvação dele no mediato, entre outra pessoa para o pâncreas etc...

    Isto para dizer o quê, que até os olhos lhe retiraram, mas fizeram um trabalho tão mal feito que, para além de estarmos em sofrer a sua morte repentina, olha-lha e ver uns buracos embora fechados, foi horrível. De resto, foi-nos entregue limpinha de órgãos. A revolta na altura foi muita, porque nos sentimos enganadas e apenas nos falaram dos olhos, porque foram confrontados com isso, não contando o resto...passado um dia é que soubemos que afinal a demora de entrega para o funeral foi derivado à retirada dos mesmos, e, diretamente passar o rim dela para o Irmão que teve sangue frio e se apresentou como compatibilidade...Na altura muita dor. Muita confusão...Muita revolta. Vai fazer 25 anos no fim de Janeiro.

    Sou a favor da doação de órgãos, mas que deixem o trabalho bem feito. Ainda hoje visualizo o rostinho Dela ...

    Sou sincera. Fico aterrorizada em saber que um dia morro e deixo os meus filhos e netos... e, sabes que mais? Já choro... Ainda assim prefiro ir para estudo etc, do que ser cremada. Já ia morrendo queimada uma vez... essa ideia não!

    Beijinhos- Boa noite.

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    1. Entendo e RESPEITO muito essa sua dor e revolta.
      Senti o mesmo quando soube da aprovação dessa lei - anos depois de aprovada pelo Jorge Sampaio. Faz mais de 20 anos, como bem indica - e muitos, mas muitos mesmo, ainda estão crentes hoje em dia, que os seus corpos não são mais seus. Nem dos familiares. É do Estado. Foi o Estado que decidiu, sem referendo sem nada, que o trauma pelo qual passou é legal.

      Eu acho que são todos muito gananciosos e nos tratam como gado e com total desrespeito. Tornámos-nos mais valiosos mortos, olhos, pele, ossos, orgãos.. as pessoas não entendem como é similiar a uma vaca no matadouro. E tiram sem nada dizer, sem nada perguntar... para ganhar algo em troca. Não é tudo por motivos de "salvar vidas". Meu avô demorou muitos dias a ser enterrado e não foi aceite a autópsia. Mas o corpo parecia mirrado... Até hoje tenho as minhas sérias dúvidas. Ele morreu "fresquinho", à porta do hospital. Foi posto na arca frigorífica por três dias. A morte é um negócio. Para muita gente que finge constragimento e se veste de preto... e vê cada cadáver pelo seu valor monetário. Desconfio cada vez mais... Se noutros países evoluídos fazem remoção ilegal para "vender" a laboratórios, não me espantaria se lobbies similares andassem cá por Portugal. Nos EUA existiu um escandalo de uma funerárias que roubava os corpos e substituia partes por.. tubos de PVC! Os ossos das pernas eram tubos de PVC.... tinham sido removidos para serem vendidos a laboratórios, farmaceuticas...

      Nos sentirmos enganados é uma sensação horrível. Não sabermos, é horrível. O que eu gostaria é que fosse possível aos familiares, se o desejassem, ASSISTIR ao procedimento de cuidado do corpo. Antigamente fazia-se isso. Era mais respeitador. Hoje não se sabe de nada... Não sei se foi por isso mas eu tive um forte impulso, aliás, muitos, de perguntar se podia estar presente para a autopsia do meu avo. Não tenho morbidez foi só uma sensação que tive de que tinha de estar. Então até hoje fico na dúvida... É que ele foi cremado. E se algo estivesse errado nunca ninguem ia descobrir. É o roubo perfeito.

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  6. Desde que seja para salvar outras vidas não me importa nada...kkk Depois de morta já não sentirei nada, penso eu:))
    Do nosso amigo Gil António, com : Amor reflectido na cor das águas do mar

    Bjos
    Votos de uma óptima noite de Sexta - Feira.

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  7. 100% de acordo contigo. Até já escrevi no blog sobre isso. Já li sobre os procedimentos e tudo e cada vez tenho mais curiosidade sobre o assunto.
    Beijinhos

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  8. Okay isto vai soar super estúpido, mas quando tinha uns 10 anos tinha uma grande obsessão com os egípcios e desde aí sempre disse que queria ser mumificada xD
    No caso de doar o corpo à ciência, sou totalmente de acordo!!! Só tenho pena é que muitos estudantes não tenham qualquer respeito pelas pessoas que o fazem, porque já ouvi bastantes comentários de colegas que estudam medicina e enfermagem que me dão as voltas ao estômago. É uma falta de respeito.

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    1. Não acho nada estúpido, Bea.
      Acho que se deve respeitar. Já ouvis-te falar em plastificação?
      Em transformar o corpo não em objecto de estudo mas em arte? É ainda mais controverso. Mas eu respeito TODAS as formas - até as mais escabrosas. Porque entendo que cada qual sente diferente e consigo respeitar isso.
      Bjs

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  9. É macabro pensar nessas coisas, mas todos sabemos que faz parte do ciclo da vida... e, na verdade, depois de mortos, não iremos ter consciência do que se vai passar connosco, nem uma coisa nem outra me choca. Só acho que deve ser mais chocante para os familiares.

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  10. Há uns tempos, dei por mim a analisar esta questão. E também acho que é uma boa ideia!

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  11. Devia ser um assunto normalíssimo mas ainda gera controvérsia. Eu quero ser cremada e quanto às cinzas pouco me importa o que lhes façam. Doar órgãos não me incomoda nada, muito pelo contrário, agora doar o corpo à ciência já não me agrada. Eu sei que depois de morta o corpo não me faz falta mas a ideia de ser esquartejada...dá-me náuseas só de imaginar o corpo de um familiar nessa situação.

    Beijos/ A Mãe

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  12. Boa ideia. Tenho pensado nisso muitas vezes. Ainda nao tomei uma decisao.

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  13. Nem sei o que pensar... sobre este assunto...

    O proibido também... só pode proibir quem sabe...

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  14. Também é algo que eu estou a pensar fazer! Mas tenho que me informar porque acho que tem ficar tudo por escrito!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

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  15. É mesmo uma boa ideia! :)

    www.amarcadamarta.pt

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  16. É uma ideia muito aceitável.
    Não me choca doar órgãos, no entanto acho que é uma decisão para ser tomada em família, não gostaria de saber as minhas filhas ou mesmo os meus pais (ninguém sabe quem parte primeiro) ficarem traumatizados com esse facto.

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  17. Sim, é uma ideia a pensar. Tornarmo-nos úteis depois de mortos.

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  18. Por mim também não me faz confusão doar órgãos ou o corpo à ciência, é preciso é estarmos aptas a poder doar, coisa que só acontece se falecermos de repente.

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  19. Também é algo que pondero! Senão cremada e que deitem as cinzas onde quiserem, até no lixo que não me faz diferença...

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  20. Conheço todas as opções até as mais incomuns.
    Com o tempo a que me agrada é exatamente ser enterrada na terra. Na verdade, a que faz sentido espiritual para mim é partir integra e inteira. Ter finalmente sossego. Completo. Pratico o Altruísmo em vida, não vou me "redimir" e esperar chegara morte para ser "boa pessoa". Os melhores anos das nossas vidas, passeios com actos de altruísmo. Talvez por isso agora para o final abandone um pouco essa necessidade de ajudar quem possa precisar... Sinto que não quero deixar nada de meu para trás... Há quem diga que o espírito fica preso. Se calhar "baixou" uma crença espírita, índia em mim. Não sei :)

    Mas o que realmente me empurrou para a mudança de ideias foi a lei. Pode ser que um dia mude de ideias e reverta para a doação. Doar sempre me ocorreu quando era opcção minha. Mudei gradualmente de ideia quando percebi que o meu corpo já pertence ao Estado e nem me perguntaram se concordava. Tenho de discordar... num processo pouco claro. Não concordo. Não devia existir nenhuma lei a dizer que não somos donos dos nossos corpos. Até hoje - mais de 20 anos volvidos, muitos ainda pensam que precisam de autorizar a remoção de orgãos. Quando tal não é verdade. Essa falta de ética e ausência de respeito à liberdade individual fez-me sentir revolta. Depois foram os muitos documentários sobre o desrespeito a essas últimas vontades, a remoção de orgãos de bebés sem que os pais saibam... Senti que tudo é, de uma forma ou de outra, um negócio.

    Foi então que simplesmente apodrecer na Terra como é suposto acontecer com tudo o que vive, começou a fazer sentido para mim.

    Hoje em dia esta opinião é considerava polémica e talvez até seja alvo de criticismo violento. É outro resultado triste da evolução das mentes. Já se perde um pouco o respeito pela liberdade de escolha e passam-se julgamentos a torto e direito se alguém "fugir" da norma no momento socialmente qceitável.

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