Coisas que me moem!

7 de dezembro de 2018

Como já escrevi um milhão de vezes aqui, trabalho na área das crianças e da família e adoro. Não tenho grandes dificuldades em avaliar situações.
No entanto, como mãe de uma adolescente e uma pré adolescente, todos os dias me deparo com um drama para o qual não encontro resposta. A partir de que momento ou linha as picardias entre os miúdos na escola deixam de ser apenas picardias e passam a bullying?
É muito fácil avaliar quando não é com os nossos filhos...ninguém consegue ser bom juiz em causa própria...sobretudo quando estamos do lado dos mais fracos...

5 comentários

  1. Assim que li “picardias” pensei logo em bullying e, quando abri a postagem, confirmei que a Maria relacionou os dois termos/comportamentos. Compreendo a sua apreensão e dúvida.
    Vivemos em duas sociedades diferentes. Eu e a Maria. Não estou muito familiarizada com os “pensamentos” dos pais portugueses de Portugal (e até dos professores) de agora. Se levam ou não essas picardias a sério. Os pais portugueses que vivem aqui ainda têm a tendência (alguns) de explicar determinados comportamentos agressivos como sendo “coisas de crianças”. São os génes portugueses... : )))... onde quer que se encontrem não perdem as suas características natas! : ))
    Errado. Não são coisas de crianças. As crianças aprendem desde a pré-primária que o bullying não é aceitável de maneira nenhuma, qualquer que seja o seu “formato”. Os docentes levam essas picardias muito a sério. Os administradores também. Isto quer dizer que não há bullying no Canadá? Existe, sim, infelizmente. Só que é abordado de maneira mais séria e nunca é ignorado.
    O meu conselho? Eu sei que a Maria é uma pessoa muito inteligente e sensata, e sabe perfeitamente como vai reagir, mas eu gosto de dar conselhos! : ))
    Esteja atenta, informe-se realmente do que se está a passar, com quem e como. Dê a conhecer aos professores que está preocupada e nunca, nunca aceite de ninguém a resposta: são coisas de crianças.
    Os docentes têm a responsabilidade de verificar o comportamento do “agressor” e do “agredido” (não necessáriamente em termos físicos) e tomar as medidas apropriadas.

    ResponderEliminar
  2. Verdade! Também me questiono sobre essa linha. As crianças muitas vezes conseguem ser cruéis e se encontram um mais fraco, podem ainda ser mais.
    Convido-te a visitar o sítio da Mamã Coruja.1

    ResponderEliminar
  3. Quando existe malícia.
    Quando se em consciência que se machuca.
    De brincadeira inconsciente passa a bulling.

    ResponderEliminar
  4. PS: Adorei que tivesse referido "picardias".
    De facto existem comportamentos que hoje são «atacados» como intoleráveis, rotulados de descriminação e agressão com tanta facilidade... deve ser porque facilita as coisas a nível social, se tudo ficar no preto ou no branco. Mas existe o cinzento. Muitos de nós anda por aí... A picardia assume que existe essa área cinza. Vi documentários sobre sociedades onde eliminaram essas áreas "cinzas" e o resultado pareceu surpreender. Robots bem comportados em sociedade, aparentemente bondosos, mas por vezes com um íntimo de má indole ou com pouco iniciativa própria. Mas acho que pode existir de tudo.

    ResponderEliminar
  5. Pois não sei qual a linha... Sei que sofri de bullying (era chamada de gorda mesmo nãos endo assim tão gorda e Tenente porque o meu pai era do exército mas eles diziam em tom de gozo e eu odiava quando batiam continência) mesmo ignorando, mesmo enfrentando não passava e nunca disse a ninguém até que um dia um rapaz obeso (amigo dos outros que gozavam comigo) me chama gorda e eu desato a rir, era no mínimo irónico e olha, nunca mais...
    É difícil saber a barreira, eu não sei qual é porque os miúdos pegam em tudo, cor do olhos, cabelo, altura, tudo! E não parece haver fórmula mágica para se escapar, parece ser "sorte"...

    ResponderEliminar