Tudo na mesma, para não variar...

21 de janeiro de 2020

Sou por norma uma pessoa optimista e já deixei de me indignar com muita coisa. Mas continua a deixar-me aborrecida, mesmo indignada, saber que, no ano de 2019, a Segurança Social pagou cerca de 4.000.000 de euros em pensões de reforma a pensionistas já falecidos. Isto diz muito, quer acerca da eficácia do nosso cruzamento de dados, apesar da modernização informática do nosso país e diz muito mais acerca da seriedade dos portugueses, porque, certamente, não foram os falecidos que foram levantar as reformas...
Enquanto isto, nas regras de deduções à colecta no IRS, em termos de saúde, tanto faz que tenhamos gasto no agregado familiar 3000 euros com uma pessoa e 4000 com outra e ainda 2000 com outra, já que desde que na totalidade do agregado se exceda os 1.000 não há cá mais dedução. Ou seja, só eu, no mês de Janeiro do ano passado, com a minha primeira cirúrgia, "tapei" logo as deduções e, todas as outras facturas apresentadas não interessam para nada. E o mais ridículo é que o mesmo se passa com as despesas da Educação, que funcionam com tecto máximo por agregado familiar, independentemente do número de filhos e, pasme-se o tecto é maior que o da saúde, cerca de 2800 euros máximo.
Portanto, nada de novo cá pelo burgo...A Segurança Social paga aos mortos e as Finanças esfolam os vivos.

11 comentários

  1. Achei graça – sem ter graça nenhuma – ao seu último período! : )) É de bradar aos céus, não é?
    Tenho saudades da frequência com que publicava os seus “desabafos” e/ou opiniões. : )
    Abraço

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  2. Boa noite minha querida! Que grande verdade aqui escreveste!
    Como, a Segurança Social dar o rendimento social de inserção a pessoas que nunca descontaram e passam o dia como todos sabemos e, quem trabalhou 33 anos (meu caso) não tenho direito a nada. Com 697€ de reforma do marido, que recebe menos porque desconta também. E uma menor... O resto tu sabes.

    Uma politica de caca. Uma segurança social e finanças, miserável!
    -
    Cofre sem fragmento...
    Beijo e uma noite! :)

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  3. Essa carga fiscal é uma perfeita forca, não faz sentido nenhum.
    Sobretudo porque as contrapartidas sociais não a justificam minimamente.

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  4. Bom dia!
    Costumo ler os seus desabafos, com os quais concordo, a maioria das vezes, mas hoje, porque me parece haver uma incorreção que afeta o julgamento das pessoas, achei que deveria intervir. O que falta é educação fiscal e, num sentido mais amplo, noções de contabilidade pessoal e familiar, nas escolas. Infelizmente, as políticas educativas têm, continuamente, desconsiderado aquilo que, de facto, as crianças um dia irão precisar na sua vida quotidiana. Porque com educação fiscal muitos dos mitos/desconhecimentos caíam por terra e penso, até, que as futuras gerações conseguiriam exigir mais e melhor dos impostos que pagam.
    O seu desabafo faz-me lembrar uma história da minha sogra que me dizia que gastava tanto em saúde e apresentava tantas faturas, mas depois nunca recebia nada de IRS. Conclusão (dela): as Finanças são todos uns ladrões. Explicação (técnica): a senhora ganhava o ordenado mínimo e não descontava IRS. Logo, se estamos a falar em reembolso de IRS (o Estado devolve ao contribuinte aquilo que este descontou a mais) ela nunca poderia receber 1 cêntimo sequer, porque nunca pagou nada ao Estado. E já ouvi histórias semelhantes de outras pessoas.
    Em relação à questão das famílias: em primeiro lugar, as tabelas de retenção na fonte já contemplam o nº de descendentes (paga-se menos, mensalmente, quanto mais filhos se tem); em segundo lugar, são deduzidos à coleta do imposto valores fixos por dependente, antes de serem aplicados os limites de saúde e educação e, em terceiro, lugar, aplica-se, ainda, o quociente conjugal. Portanto, o número de dependentes (e ascendentes, até) concorre para o apuramento do imposto a pagar ou a receber (ou nem pagar, nem receber), bem como a existência de cônjuge (para não mencionar outras questões onde o número de dependentes é considerado). Portanto, é um mito (e uma inverdade, inclusive) dizer que o número de descendentes não interessa para o IRS. Outra questão, é perceber que o reembolso sendo isso mesmo, nunca será mais que aquilo que se descontou. É verdade que, hoje em dia, é mais difícil receber a totalidade do que se descontou e, de facto, a carga fiscal é muito alta, mas por via das políticas fiscais governativas e não das "Finanças". As Finanças limitam-se a aplicar aquilo que é definido pelo Governo. Em última análise, os eleitores que elegem o Governo, apoiam as suas políticas.

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  5. Continuando...
    Em relação à Segurança Social, algumas das pensões poderão ser pagas por transferência bancária (e enquanto a conta fecha não fecha, e os herdeiros não se entendem são pagas pensões), outras podem ser de pessoas sem família, em que a informação demora a chegar (e nem sei bem por quem será). Noutros casos, será mesmo roubo, por parte dos familiares que, intencionalmente, não resolvem a situação. Não conhecendo mais nenhuma estatística sobre a notícia, muito fica por esclarecer e tirar conclusões é precipitado. Que haja espaço para que a Segurança Social melhore, acredito que sim. Sendo que o óbito tem de ser declarado por alguma entidade, deveria haver (ou já haverá? não sei, também) uma ligação com a Segurança Social.
    Peço desculpa pela invasão do seu espaço, mas acho importante desmistificar estes conceitos essenciais na vida das pessoas e que tanto as afecta. Há coisas que funcionam mal, sem dúvida, mas mais do que a culpa das entidades públicas (e privadas) e das pessoas que aí trabalham, muitas vezes, o problema vem um pouco mais de cima.
    Ainda hoje encontrei (encontrei como quem diz bateu no meu carro :p) uma pessoa que me dizia que a filha, de 5 anos, já estava a custar ao Estado, via SNS, meio milhão de euros. O que seria dessa criança, de um bairro desfavorecido, se ninguém pagasse impostos, se não tivéssemos o SNS, pago com esses impostos. Dificilmente, essa criança conseguirá, algum dia, pagar esse investimento. Mas ainda bem que assim é, é a "beleza" de pagarmos impostos. Por isso é que digo: educação fiscal, política, social e cultural nas escolas precisa-se. Se há interesse, isso é que tenho dúvidas, muitas dúvidas. Vamos ver o que o futuro reserva com este novo modelo de ensino mais autónomo.
    Um beijinho e peço desculpa, mais uma vez, pela intromissão

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  6. É ridiculo as incongruências a que temos que assistir. Quando chegar a nossa vez nem quero imaginar...

    Beijinhos.
    Sandra C.
    bluestrass.blogspot.com

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  7. já para não falar no descontamos todos os meses de impostos e temos um atendimento publico miseravel na saúde.

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  8. O que a segurança social paga a "a mais" garanto que vai buscar e sem autorização… as deduções… valem o que valem, uma forma de nos fazerem pensar que nos estão a dar algo que sempre foi nosso… quando somos nós que efetivamente damos…

    Bom fim de semana

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  9. Olá , estou acompanhando este site e estou adorando seus artigos são muito bons mesmo parabéns.
    Preço da mega da virada

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