Não estaremos a abusar?

14 de janeiro de 2017

Por questões profissionais, lido, actualmente, diariamente com crianças das mais diversas idades. Umas porque são desprotegidas, outras porque são um risco para os outros, dados os comportamentos agressivos.
Uma coisa de que eu já tinha ouvido falar mas da qual não me tinha apercebido na sua total extensão, é da quantidade de crianças rotuladas como hiperactivas, e que, em consequência, são medicadas.
Por vezes, contacto com miúdos que parecem autênticos zombies...depois lá vêm os pais com a justificação de que tomam Ritalina por indicação médica, ou outros medicamentos do género.
Não sou médica, não sou especialista em perturbações, mas sou mãe de uma menina com uma energia a toda a prova (embora seja capaz de se sentar horas a ler), que reage impulsivamente à frustração. Sim, a professora queixa-se dela ser desinquieta.
No entanto, nunca o pediatra me falou em hiperactividade nem eu procurei ninguém mais especializado.
A coisa tem-se resolvido com uns quantos castigos e com muitas saídas para correr, apanhar sol, caminhar e, agora, com a equitação.
Penso que se abusa um pouco quer da classificação de uma criança como hiperactiva, quer dos fármacos que " alegadamente" ajudam a mantê-las mais calmas.
Tê-los tipo zombies aborrece menos pais e professores, não?

36 comentários

  1. Sim, acho que se abusa em medicação para as supostas hiperatividades! Quantas vezes o "desporto" resolve isso, Considero ser muitos casos ser falta de "educação", ou seja. Fazem tudo o que querem, não têm regras.Depois não se concentram. Penso que muito casos são assim. Porém, existem excepções e crianças muito nervosas. Tenho um sobrinho que ficou imperativo depois de um acidente aos 3 anos, ainda hoje toma medicação, tem 16 anos, mas ao fim de semana não toma. Andava no desporto, mas derivados às más notas, a mãe tirou-o.

    Amiga, espero que este meu comentário não gere confusão.

    Beijinhos-bom fim de semana.

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    1. Ressalvo a palavra Hiperactivo e não imperativo. Que raio, lool

      Desculpa, beijo!

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  2. Quando o meu filho era criança, foi-lhe diagnosticado um síndromo de quatro iniciais que neste momento não recordo mas que tenho nos relatórios guardados. Segundo os médicos e ele andou de médico para psicólogo deste para neurologista, para acabar a ser seguido por um psiquiatra, o Dr José Manuel Jara. Pois segundo eles esse problema despoletava a hiperatividade. O Pedro era de tal modo, que se a professora dele faltasse, não havia nenhuma outra na escola que o quisesse nas aulas. Telefonavam para o irmos buscar. Inicialmente os médicos receitaram calmantes. Que lhe faziam o efeito contrário. Quanto mais calmantes mais hiper ele ficava. Foi o Dr. Jara quem lhe tirou os calmantes. Ele disse que aquele problema, se tratava com o mesmo medicamento que se controlava a epilepsia. E disse-nos que ele devia fazer toda a vida o Tegretol 200. Ele fez até aos 20 anos e parou. De tempos a tempos quando se sente mais agressivo, ele faz uma caixa. E pára. Todos notamos como fica mais atento, mais calmo, diferente quando o faz. Mas que quer, ele acha que não o deve fazer sempre. E como já vai a caminho dos quarenta,,, ele é que sabe, não é?
    Um abraço e bom Domingo

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  3. Uma criança que sofre do transtorno de défice de atenção e hiperatividade não consegue estar horas a ler se não tomar medicamentos, quer a Ritalina, quer Strattera. A sua filha tem apenas muita energia!!! : )))
    Tenho observado o comportamento de crianças quando tomam os medicamentos e quando não tomam. Uma diferença como da noite p’ró dia! Refiro-me aos casos mais "graves"

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  4. A verdade é que existem crianças hiperactivas e que necessitam dessa medicação, mas o que dizes também é bem verdade. Que isso existe, existe; mas as pessoas usam a hiperactividade para tudo, agora. É como dizes... é muito mais fácil entupi-los de medicamentos do que passar tempo a gastar as energias deles.

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  5. Boa noite,

    Já há algum tempo que vou acompanhando o teu blog, mas nunca comentei. Hoje este post chamou-me a atenção porque é algo que me preocupa imenso enquanto profissional da área.
    Essa medicação dá jeito aos professores para ter meninos zombies dentro das salas e não dar trabalho. Sim, já tive uma mãe que me pediu opinião pois a professora da 1º ano, do 1º ciclo, recomendou-lhe uma ida ao médico de família para que fosse receitada ritalina à menina. Era só uma menina cheia de energia, que era capaz de ficar horas a ler e a ver televisão. Recentemente, para o meu projeto de doutoramento li o relatório de saúde mental de 2015. Fiquei chocada com o número de crianças entre os 5 e os 14 anos que estão medicadas com medicamentos com o mesmo princípio ativo da ritalina. Do meu ponto de vista, a maioria das crianças não necessitava deste tipo de medicação. Não será mais vantajoso para todos que se apostasse na promoção da saúde mental? Até poderíamos partir dos próprios programas de apoio parental... Isso tornaria os pais bem mais sensíveis às reais necessidades das crianças.

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    1. Concordo na íntegra. Eu penso que a solução passa exactamente por aí! Volta sempre!

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    2. Obrigada, Maria! Volto sim. Eu tenho acompanho e gosto muito de ler os teus textos. Este mexeu mais comigo pois está muito ligado à minha profissão.
      Apesar de tu e eu sabermos que a solução pode passar por aqui, não há muito interesse em investir. Eu adoro esta área e tenho-me esforçado para levar este trabalho mais além, mas ninguém que investir em nós. Só nos querem a trabalhar de forma gratuita. É uma tristeza. Tenho é medo de como serão estas crianças enquanto jovens adultos. Será que acham que tudo se trata com um medicamento?

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  6. pra mim, essa é uma discussão sem fim. há poucas horas estava lendo um jovem que dizia que sofria de hiperatividade e deus lá sabe quantas coisas mais... e dizia que não existia esse mundo farmaceutivo-terrível e que ela sofria de um problema. bom, cada quem sabe suas limitações e longe de mim tentar analisar qualquer ser humano a partir de um texto... todavia, sou daquelas que fica super assustada com crianças usando remédios controlados! sério, não sei lidar ainda com esse tipo de coisa =( acho que uma criança está em desenvolvimento e ela precisa ficar livre de qualquer intervenção pelo menos de inicio. bem, por aqui eu fico rs
    abraço
    e feliz 2017!

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  7. Sem dúvida ehehe :) Ficam lindos!

    Partilho da mesma opinião! Para eles fica tudo "muito mais fácil"

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  8. Concordo plenamente.
    A chamada hiperatividade é um rótulo abrangente onde cabem até os meninos que apenas são malcriados.
    Bom domingo.
    Beijinhos

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  9. É realmente um tema que dá "pano para mangas"...
    Na sala de aula tive sempre a hiperatividade com e sem medicação!
    Crianças e jovens que exigem muito de nós!!!

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  10. Receitar medicação +ara acalmar os alunos facilita a vida aos pais e professores.
    Há os que necessitam, pois quando leccionei tive um aluno hiperativo seguido no hospital de Santo António e com relatórios médicos. O seu comportamento era totalmente diferente dos "actuais" hiperativos que não são mais que crianças sem educação.

    Adorei o teu texto.

    Beijinhos.

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  11. Completamente de acordo minha amiga hoje em dia usa-se e abusa-se dos medicamentos para "acalmar" as crianças, elas têm é que gastar as suas energias na brincadeira ou no desporto e não adormecê-las com medicamentos.
    Um abraço e bom Domingo.
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  12. Concordo completamente e na minha opinião, que vale o que vale, a medicação não vai resolver 100% da situação, atenua apenas. Há formas mais naturais de se mudar comportamentos.

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  13. De facto hoje em dia, até para crianças mal educadas, o problema é sempre hiperactividade.
    Mas é como dizes, é mais fácil e dá menos trabalho dar comprimidos aos putos do que tentar ir através de outros métodos...
    Mas antigamente, e eu "sou desse tempo", nada que uma palmada não acalmasse.

    Beijocas

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  14. Claro que estamos, Maria do Mundo!

    É a 1ª vez que visualizo o teu (posso?) blogue e os temas são mto interessantes, por aqui.

    Não sou mãe, mas "tudo" o que mexe demais, é rotulado de hiperativo. A razão, desconheço, ou melhor, sei k existem casos, poucos, em k é necessário fazer medicação, mas na maioria, não. O TPC (trabalho de cada) é mto importante e tanto professores, qto pais, sobretudo estes, não estão mto predispostos a tal. "Comprar" tudo feito é "bué" mais fácil.

    "Medicação" aconselhada por mim: meninos/rapazes: jogar ao pião, aos polícias e ladrões, à bola, à "tareia", andar de bicicleta e "preferencialmente" cair alg. vezes, pra esmurrarem os joelhos, pernas e afins. Meninas/raparigas: saltar à corda, fazer "queixinhas", brincar às casinhas, jogo do esconde-esconde, ter bonecas, que serão as "vossas" filhas e pra ambos os géneros, ler, escrever e cumprir regras (não há acordos, por enqto)!

    Beijinhos e bom domingo.

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  15. Não concordo muito com medicação em crianças... Mas sei que cada vez é mais frequente... :(

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  16. Não concordo que as crianças sejam medicadas por tudo e por nada. Todas nós já fomos irrequietas e não foi por isso que nos caracterizaram como hiperativas ou nos medicaram!

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  17. Infelizmente, as crianças acabam por ser rotuladas e medicadas por pequenas indicações. Indicações essas que podiam muito bem ser contornadas se não se fossem pelo caminho mais fácil.

    r: Também é uma cor que gosto bastante :)

    Beijinhos*

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  18. Não podia estar mais de acordo, Maria !
    Parece que está "na moda" as crianças serem hiperactivas ! ... Uma bela "descoberta" para que os médicos descartem problemas e para que os pais e os professores fiquem mais sossegados (com menos trabalho), com zumbies em casa ou nas salas de aula, em vez de terem que aturar a alegria e actividade natural das crianças ! :(
    A indústria farmacêutica esfrega as mão de contente ! ... mais um bom mercado à conta da Ritalina ! :(((
    Revoltante ! :(((

    Li à dias, num livro de nutrição que a principal causa de perturbações deste tipo está na alimentação, nos excessos de açúcares em tudo que é posto à venda para crianças (e não só) ! :(

    :) Bjs

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  19. Já abordei por diversas vezes este assunto, e na minha opinião as crianças são muitas vezes mal diagnosticadas. Não sou mãe, mas pelo que observo é normal as crianças serem inquietas, querem conhecer o mundo, mas é mais fácil mante-las paradas e caladas!

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  20. Essa ideia estúpida de "drogar" os miúdos tira-me do sério!
    Boa semana

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  21. Obrigado, querida :D
    À partida poucas serão as pessoas a arriscar :D

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  22. O meu irmão foi diagnosticado com déficit de atenção e hiperactividade, depois de muita relutância dos meus pais começou a tomar Ritalina, não ficava zombie, de todo, continuava a ter muita energia mas conseguia sentar-se e estar atento às aulas. fora isso a medicação era apenas para as aulas, em casa, nos fins-de-semana e férias não havia medicação! E a psicóloga e psiquiatra aconselharam a fazer desporto.
    Ele decidiu por iniciativa prórpia parar a medicação 3 meses depois porque lhe dava dores de cabeça e disse que um dia iria parar de tomar aquilo mesmo e mais valia ir-se habituando cedo! Tinha ele cerca de 12 anos.
    Parou, ainda hoje, com 20, é uma luta para ele ficar atento, mas tenta e tornou-se melhor aluno, ainda mais quando estuda o que gosta... A grande inspiração dele foi o Michael Phelps :D

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  23. Como educóloga que sou, tenho uma posição bem definida no que a este tema diz respeito.
    Em primeiro lugar, o que hoje é chamado de hiperatividade, no meu tempo era chamado de FALTA DE EDUCAÇÃO em casa! Tão somente isto. Óbvio que há crianças hiperativas, sim, mas daí a achar que qualquer mau comportamento, sobretudo quando são repetidos, seja hiperatividade...
    Em segundo lugar, os pais são culpados! 1º por não darem educação como deve de ser aos filhos e segundo porque para irem a um médico, eles próprios dão como desculpa os filhos serem hiperativos... Sim, são os pais que rotulam os filhos!

    Meus amigos... Na maioria dos casos resolvia-se tudo da seguinte forma:
    - Portas-te mal? Uma palmadinha nunca levou ninguém ao médico!
    - Desarrumas tudo? Ficas sem televisão, consola, wtv durante um mês se não arrumares IMEDIATAMENTE!
    - Não obedeces? Uma palmadinha e um castigo... SIGA!
    Outra coisa que resolvia bastante bem era os pais não mimarem os filhos excessivamente! Não lhes darem 5 brinquedos no natal, 10 brinquedos nos anos e tudo e mais alguma coisa!

    PAIS DESTE PAÍS, ACORDEM!
    Beijinho e desculpa este comentário

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  24. Já alguma viste uma TedTalk do Sir Ken Robinson? Mostra um bocado a minha visão sobre este assunto: TED Talk.

    Beijinhos,
    O meu reino da noite ~ facebook ~ bloglovin'

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  25. Infelizmente cada vez vê-se mais casos desses :/ no meu tempo não havia nada disso .

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  26. As crianças são mesmo assim, eléctricas. Se se começa a dar medicação com essas idades, meu Deus, que fim do mundo.

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  27. Claro que há crianças hiperactivas. Mas também há muitos pais que simplesmente preferem justificar a falta de educação das suas crianças com a hiperactividade. Dá-lhes menos trabalho.
    Bjs.

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  28. Claro que estamos a abusar. Abusa-se imenso da prescrição de medicamentos para crianças quando acredito que boa parte das crianças resolvesse os supostos problemas com exercício físico.

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  29. Conheço muito bem essa realidade. Infelizmente, temos bons e maus profissionais. Também já apanhei situações em que a hiperatividade é gritante, cumpre todos os critérios, causa uma angústia enorme na criança...e os pais recusam-se a ir a um especialista, esperam que os milagres aconteçam e que os professores e a escola resolvam a situação...O exercício físico é excelente! Todas as crianças deveriam poder brincar e correr sem qualquer restrição! Abraço Maria!

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  30. Também lido com crianças de várias idades todos os dias e quando ouço falar em "défice de atenção" , digo logo, "isso é falta de muita atenção especializada na escola e muito carinho" , coisa que eu , enquanto explicadora supero muito bem, e a hiperactividade, eles ficam mesmo zombies, quando o que precisam é mesmo de se cansar para depois estudarem...

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  31. hoje em dia ha certos pais que querem é sossego.. mal os filhos riem alto ja estam a fazer mto barulho..
    entao qdo sao irrequietos e o fim do mundo... e os medicos para acalmar os pais e profs toca a dar remidos...
    e a triste evolucao k estamos a seguir!!

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